Yahoo une-se ao Google para criar e-mail blindado

O Yahoo informou que se juntará ao Google para criar um sistema de e-mail seguro até o ano que vem que pode quase impossibilitar que os crackers (hackers mal intencionados) ou funcionários governamentais leiam mensagens de usuários.



A decisão vem em um momento no qual grandes companhias de tecnologia se unem para reforçar suas defesas contra a intrusão de governos e hackers, notavelmente depois que Edward Snowden expôs no ano passado os programas de vigilância em massa da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA).

O Google, a Microsoft e o Facebook tomaram medidas para criptografar o tráfego interno depois de revelações de Snowden de que a agência de espionagem invadiu suas conexões no exterior. As companhias também fizeram ajustes menores que tornaram a coleta mais difícil.

O Yahoo alterou seu processo de e-mail para que usuários que adotem a criptografia digitem mensagens em uma janela separada, evitando que até mesmo a companhia leia as mensagens enquanto são escritas.

Na última semana, o Google informou que irá encorajar desenvolvedores de sites a tornar suas páginas mais seguras usando a criptografia como um dos fatores para determinar a classificação em buscas.

Operação descoberta

Pesquisadores de segurança da Kaspersky Lab disseram ter descoberto uma operação de espionagem cibernética que adentrou com sucesso em duas agências de espionagem e centenas de alvos governamentais e militares na Europa e no Oriente Médio desde o início deste ano.

Os crackers, de acordo com a Kaspersky, provavelmente tiveram o apoio de um Estado-nação e usaram técnicas e ferramentas semelhantes às utilizadas em outras duas operações de espionagem cibernética que fontes de inteligência ocidentais atribuíram ao governo russo.

Apelidado de "Epic Turla", a operação roubou vastas quantidades de dados, incluindo documentos de processamento de texto, planilhas e emails. "Nós os vimos roubar praticamente todos os documentos que estavam a seu alcance", disse Costin Raiu, diretor da equipe de pesquisa de ameaças da Kaspersky Lab, à agência Reuters, durante a conferência de hackers Black Hat, realizada na semana passada em Las Vegas, nos EUA.

A Kaspersky informou que a operação em curso é a primeira campanha de espionagem cibernética descoberta até agora que conseguiu penetrar as agências de inteligência. A empresa se recusou a nomear as agências, mas disse que uma estava localizada no Oriente Médio e outra na União Europeia.

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