Com seu vasto portfólio de software e bilhões de dólares em investimentos de infraestrutura, a Microsoft está pronta para governar a nuvem
Estamos acostumados a pensar em Microsoft como um gigante desajeitado, sobrecarregado com o seu legado da Era PC. Mas pense nisso: que outra empresa no mundo tem uma coleção tão grande de softwares e serviços para oferecer através da nuvem, para não mencionar a infraestrutura de nuvem para entregá-los?
A Microsoft tem os recursos para dominar o mercado de cloud. A questão, como sempre, é o quão bem ela pode executar essa tarefa.
Brad Anderson, vice-presidente corporativo da divisão Cloud and Enterprise da Microsoft, ajuda a supervisionar uma grande fatia da carteira de nuvem privada e pública: Windows Server, System Center, SQL Server, Windows Azure, e Visual Studio.
Conversei longamente com ele e o Editor executivo da InfoWorld, Doug Dineley. Falamos por mais de uma hora na semana passada. Em particular, a nossa conversa centrou-se na conexão entre o Windows Server e o Azure, embora tenho começado pelo compromisso da Microsoft com a sua nuvem pública.
Preparando-se para o domínio
A Microsoft se reorganizou, mudou o nome do da divisão Server and Tools para divisão Cloud and Enterprise. Mas de acordo com Anderson, pouco mudou em termos de responsabilidade, exceto que o Global Foundation Services passou a fazer parte desse grupo. Estes são os caras que são responsáveis por toda a infraestrutura de data centers da Microsoft, incluindo os data centers Azure.
Eu tinha ouvido que a Microsoft estava investindo pesado, mas ainda assim, fiquei surpreso com a escala. "Nós devemos ter sido o maior comprador de servidores em todo o mundo no ano passado", diz Anderson. "A cada seis meses vamos ter que dobrar a nossa capacidade de computação e de armazenamento. Para lhe dar uma ideia, nos últimos três anos passamos mais de 15 bilhões de dólares em cap ex."
Isso é um pedaço de uma plataforma de lançamento na nuvem. Além disso, embora o Office 365 esteja fora da alçada de Anderson, ele atingiu a taxa anual 1 bilhão de dólares mais rápido do que qualquer outro produto na história da Microsoft (embora alguns questionem essa afirmação ). Além disso, em junho, o gerente geral do Azure, Steven Martin, afirmou que o número de clientes Azure subiu para 250 mil e foi aumentando a uma taxa de mil por dia.
Sem dúvida, muitos deles se tornaram clientes Azure após a decisão da Microsoft, em meados de 2012, de ofereceer o Azure como IaaS simples (ao contrário de PaaS), que Peter Wayner, da InfoWorld, caracterizou como tendo excelente preço-desempenho, integração com a cadeia de ferramentas do Windows, e abundância de opções open source. "Você pode apostar que um grupo de clientes também vai descobrir o Azure e atravessar a ponte que a Microsoft está construindo entre o System Center e o Windows Server por um lado, e os serviços Azure por outro.
Data Center sem fronteiras
A mensagem principal é que os clientes do Windows Server podem agora usar o Azure como uma extensão de sua infraestrutura de servidor local. "Nós somos a única organização no mundo entregando a consistência entre nuvens privadas e públicas", diz Anderson. "Você pode mover sua máquina virtual para dentro Azure sem mudar uma linha de código, sem alterar seus processos".
Anderson também afirma que a tecnologia de desenvolvimento no Azure está sendo portada para o Windows Server. Ele chama essa abordagem de "cloud em primeiro lugar." Como ele explica: "Nosso princípio de engenharia é de projeto para a nuvem. Projete para a confiabilidade, escalabilidade, segurança, disponibilidade de um serviço de nuvem pública, e depois pegue o que aprendeu e ofereça para que as organizações executem o memo em seus data centers. Deixe que o resto do mundo se beneficie do que estamos aprendendo no Azure ". Aparentemente, isso se aplica a uma ampla faixa de produtos corporativos da Microsoft, incluindo muitas das melhorias no Windows Server 2012 R2 Hyper-V .
Que tipo de casos de uso de nuvem híbrida Anderson está vendo? Os clientes estão realmente "estourando" de sua infraestrutura local para o Azure? "Você tem organizações que estão dizendo ... hmm, talvez eu coloque todos os meus servidores de Web na nuvem pública, mantendo a camada de dados em seu centro de dados privados. Então você poderia dizer que está estourando. Isso é um serviço híbrido executado em um modelo de nuvem híbrida. Estamos vendo muito isso", diz Anderson.
Dar o salto
A Microsoft lançou Azure há dois anos e meio atrás. A participação no mercado de IaaS do Azure pode ser pequena em comparação com a de Amazon, mas em parte isso se deve ao fato de a Microsoft ter empurrado teimosamente o Azure como um PaaS, até que começou a oferecer IaaS no verão de 2012. Com base no backup do Windows Server e serviços de recuperação de desastres oferecidos no Azure, tenho uma sensação de que vamos ver o número de clientes na nuvem da Microsoft crescer rapidamente.
Enquanto isso, será interessante ver como a Microsoft vai combinar o Azure com o Office 365 - e até mesmo com o Microsoft Dynamics CRM - para criar soluções completas na nuvem para pequenas e médias empresas. Há um bom potencial aí.
A InfoWorld tem martelado Microsoft, no lado do cliente, com críticas negativas do Windows 8 e do Windows Phone. Para os clientes empresariais, os erros significam pouco a longo prazo com o data center movendo-se para a nuvem. Uma estratégia de nuvem híbrida será muito interessante para a Microsoft - poucos podem igualar os recursos por trás de sua infraestrutura de nuvem pública.
Fonte:www.cio.uol.com.br/tecnologia/2013/10/28/microsoft-o-gigante-adormecido-da-nuvem/