O cibercrime é um negócio e os seus players movem-se pelo lucro económico. Os elevados preços pagos no mercado negro online têm feito do crime virtual um negócio muito lucrativo, sobretudo se os alvos forem os smartphones e os sistemas Mac.
Os ataques dirigidos focalizam-se em função das chances de obter um maior benefício e, tal e como explica Marco Preuß, analista sénior de vírus da Kaspersky Lab, “o malware para smartphones está a crescer de forma considerável. Quando falamos de malware, referimo-nos a um tipo de software que tem como objectivo infiltrar-se ou danificar um computador. O termo inclui vírus, crimeware, worms, troyanos, etc.). A plataforma Android é a mais atacada, por cerca de 60% dos Trojans, dos quais um quarto utiliza as mensagens de texto para obter dados confidenciais”. Por sua vez, o mito da inviolabilidade dos Mac está a ficar desacreditado e, actualmente, encontramos Spyware, antivírus falsos, Trojans e botnets especificamente dirigidos aos sistemas da Apple.
Como ganha a vida um cibercriminoso
Ainda que, evidentemente, não existam dados oficiais dos rendimentos destes delinquentes informáticos, as investigações da Kaspersky Lab têm permitido a recolha de interessantes dados sobre como os cibercriminosos convertem os dados roubados em dinheiro vivo. “Os canais de distribuição de malware (crimeware, vírus, worms, Trojans, etc.) são a cada vez mais eficazes. Baseiam-se em kits já construídos, pelo que permite que pessoas sem conhecimentos sobre programação os possam utilizar para criar o seu próprio malware”, assinala Preuß.
Os principais rendimentos detectados pela Kaspersky Lab procedem da venda de dados de cartões de crédito (entre 3 e 100 dólares cada, dependendo da qualidade dos dados). Por outro lado, uma rede botnet composta por 1000 computadores infectados é vendida por 5 dólares, sendo que um pack de 5000 sistemas pode render 140 dólares. Por último, ainda que não menos lucrativo, os kits de malware (crimeware, vírus, vermes, Trojans, etc.) e exploits podem chegar a custar até 1500 dólares, sempre dependendo de sua qualidade. No ciberespaço, como na vida real, por detrás destas acções criminosas está o dinheiro e o lucro fácil como principal motivação. Trata-se, sem dúvida, um negócio lucrativo que continua em franca expansão.