aumento da demanda por computadores pessoais e smartphones no Brasil está atraindo algumas das maiores empresas de tecnologia da China. Da Lenovo à gigante das telecomunicações ZTE, fabricantes chineses de hardware com muito dinheiro em caixa buscam aumentar sua participação no mercado global à medida que a demanda interna esfria. Muitas estão interessadas tanto em comprar empresas quanto construir fábricas no exterior, e o Brasil é uma escolha natural.
Analistas e especialistas do setor prevêem que novos acordos no setor de tecnologia estão no horizonte. A classe média brasileira está em rápido crescimento e o interesse por aparelhos como TVs inteligentes e smartphones é cada vez maior. As empresas chinesas têm know-how para produzir eletrônicos a custos reduzidos.
"Há agora todo tipo de oportunidade para as empresas chinesas trabalharem na construção de um império global ao adotar um padrão de investimentos que as posicionem bem nas economias mais promissoras em termos de crescimento futuro", como o Brasil, diz Connie Carnabuci, co-diretora da divisão de telecomunicações, mídia e tecnologia da firma de advocacia internacional Freshfields Bruckhaus Deringer, em Hong Kong. "A tecnologia e as telecomunicações são áreas onde a China tem exportadores bem-estabelecidos, como a ZTE e a Lenovo, e as sinergias são óbvias".
A Lenovo, a segunda maior fabricante de PCs do mundo em volume de vendas depois da HP, está interessada em trabalhar com todos os players no Brasil quando se trata de aquisições, disse o presidente da divisão para a Ásia de Pacífico e América Latina da empresa, Milko Van Duijl.
Mas nem todos os negócios são feitos sem problemas, no entanto. A tentativa da Lenovo de comprar o gigante brasileiro de computadores Positivo Informática em dezembro de 2008 terminou sem uma fusão. As empresas não forneceram uma razão para o fracasso das negociações. Van Duijl não quis comentar se a Lenovo reconsideraria fazer uma nova oferta pelo Positivo, mas disse que aquisições ajudariam a empresa em sua meta de saltar da nono para o primeiro lugar entre as empresas que mais vendem PCs no Brasil.
A ZTE, por sua vez, vai investir US$ 200 milhões nos próximos quatro anos em um parque industrial de alta tecnologia em São Paulo que vai abrigar a divisão de pesquisa e desenvolvimento da empresa, o primeiro na América Latina. O parque também terá uma unidade de produção, um centro de treinamento e um centro de logística.
Para a ZTE, construir presença na América Latina é fundamental para suas ambições globais, à medida que enfrenta oposição política aos seus planos de expansão nos Estados Unidos e Europa devido a preocupações sobre seus laços com o governo chinês; e na Índia, devido a temores do governo sobre a segurança dos equipamentos de rede da China.
Fonte:http://monitormercantil.com.br